terça-feira, 13 de setembro de 2011

Plantas carnívoras, a atração fatal


Por Carl Zimmer

Uma mosca faminta dispara através das coníferas na Carolina do Norte (EUA). Atraída por um cheiro que parece ser o do néctar de um aglomerado de plantas com jeito de flor escarlate no solo, a mosca pousa na parte carnuda de uma folha áspera. Dá um gole no líquido doce que exsuda da folha e roça a perna em um dos pelos minúsculos de sua superfície, depois em mais um. De repente, o mundo da mosca se fecha em torno dela. Os dois lados da folha estão se juntando, pontas ao longo da borda se encaixam como dentes de uma armadilha.

A mosca se debate tentando fugir, mas a folha se fecha. Agora, em vez de oferecer um néctar doce, a planta solta enzimas que vão corroer as entranhas da mosca, gradualmente transformando-as em gosma. A mosca sofreu a indignação máxima para um animal: foi morta por uma planta.
A savana pantanosa de coníferas a um raio de 140 quilômetros de Wilmington, na Carolina do Norte, é o único lugar no planeta onde as plantas papa-moscas do tipo dioneia são nativas. Também é lar de diversas outras espécies de plantas carnívoras, menos famosas e mais difundidas, mas não menos bizarras. Ali se encontram plantas com folhas assemelhadas a flautas de champanhe, dentro das quais insetos (e às vezes animais maiores) se perdem e morrem. Dróseras envolvem suas vítimas em um abraço de tentáculos pegajosos. Em lagos e riachos crescem utriculárias que sugam suas presas como aspiradores aquáticos.

Há algo maravilhoso e desconcertante em plantas que se alimentam de animais. Talvez seja a maneira como elas esmigalham todas as expectativas. Carl Linnaeus, o grande naturalista sueco do século 18 que criou o nosso sistema de ordenar os seres vivos, rebelava-se com a ideia. Porque se as papa-moscas realmente comessem insetos, ele declarou, seria "contra a ordem da natureza como Deus a fez". As plantas só pegam insetos por acidente, ele raciocinou, e uma vez que um bicho indefeso parasse de se debater, a planta certamente abriria suas folhas e deixaria que partisse.
Charles Darwin pensava de outra forma, e os modos estranhos das plantas carnívoras o intrigaram. Em 1860, pouco depois de ele deparar cojm sua primeira planta carnívora - a drósera - em uma charneca inglesa, o autor de A origem das espécies escreveu: "Eu me importo mais com a drósera do que com a origem de todas as espécies do mundo". Ele passou meses fazendo experiências com as plantas. Largou moscas em suas folhas e observou enquanto dobravam lentamente os tentáculos pegajosos por cima da presa. Ele as estimulou com pedaços de carne crua e gema de ovo. Ele se maravilhou ao perceber que só o peso de um pelo humano era suficiente para dar início a uma reação. "A mim parece que é difícil algum fato mais notável do que este ter sido observado no reino vegetal", ele escreveu. No entanto, as dróseras ignoravam pingos de água, mesmo os que caíam de grande altura. Reagir ao alarme falso de um pé d’água, ele raciocinou, seria obviamente um "grande mal" para a planta. Aquilo não era acaso. Era adaptação.
Darwin expandiu seus estudos das dróseras para outras espécies e acabou registrando suas observações e experiências em um livro de 1875, Insectivorous Plants (plantas insetívoras). Ele se maravilhou com a rapidez e a força fantásticas da dioneia, planta que chamou de "uma das mais maravilhosas do mundo". Ele demonstrou que, quando uma folha se fechava, ela se transformava em uma "tigela ou estômago temporário", secretando enzimas capazes de dissolver a presa. Ele observou que a folha demorava mais de uma semana para reabrir depois de fechar e raciocinou que os espinhos que se encaixavam na borda da folha permitiam que insetos pequenos demais escapassem, poupando à planta o trabalho de digerir uma refeição insuficiente. Darwin comparou a rapidez do movimento da dioneia - ela se fecha em aproximadamente um décimo de segundo - à contração muscular dos animais. Mas plantas não têm músculos nem nervos. Então, como era possível reagirem como animais?

Hoje, biólogos munidos de ferramentas do século 21 que estudam células e DNA está começando a entender como essas plantas caçam, comem e digerem - e como essas adaptações bizarras surgiram, em primeiro lugar. Depois de anos de estudo, Alexander Volkov, fisiologista de plantas na Universidade Oakwood no Alabama (EUA), acredita que descobriu o segredo da dioneia. Segundo ele, "esta é uma planta elétrica".

Quando um inseto roça em um pelo da folha de uma dioneia, o movimento dispara uma carga elétrica minúscula. A carga se acumula dentro do tecido da folha, mas não é suficiente para estimular o movimento ligeiro de fechar, e isso impede que a planta reaja a alarmes falsos como gotas de chuva. Um inseto em movimento, no entanto, provavelmente vai encostar em um segundo pelo, adicionando assim carga suficiente para fazer a folha fechar.


 
 

4 comentários:

  1. Concluímos que com a teoria do evolucionismo a ciência conseguiu acompanhar a evolução tanto de nossa espécie como as das plantas.
    Vistos vários experimentos de Darwin mesmo que aconteça a descoberta sempre há mais pra estudar. Desde a criação da Terra até nossos dias vamos evoluindo constantemente, tanto animais como plantas. E claro que há quem acredite na teoria do criacionismo, como a maioria da população.

    Alunos: Priscyla Targino n. 32
    Wesley Dias n.40
    3ºB - noturno

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  2. É importante que guardem provas, como foceis para sabermos como eramos e o quanto evoluímos, quem abitava o nosso planeta e como ele era.

    As plantas carnívoras são extremamente ágil, com o intuito de de se alimentar sem grande esforço, com a ajuda de sua forma como é composta, facilitando assim a sua ingestão!


    Mariane Santos da Silva. n°42.-3°C. -noturno.

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  3. Para Darwin os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em todos os caracteres.Naquela época, os mecanismos de hereditariedade e mutação não eram conhecidos e, dessa forma, temos a teoria sintética da evolução (ou neodarwinismo) como uma versão aprimorada desses princípios desenvolvidos por Darwin. Darwin criou uma espécie de planta carnivora, e isso esse notou que suas plantas mesmo com pelos de pessoas humanas, ela fechava, e isso ele echou incrível. Biologos começaram a entender que muitas plantas caçãm, comem e dirigem. Depois de muitos estudos com a planta de Darwin (dioneia) é uma planta elétrica, pois quando um inseto encosta em sua folha ela dispara uma corrente elétrica minuscula.

    EVOLUÇÃO

    Alunas: Caroline Reis n° 05
    Yasmin Léssa n° 38

    3° ano C - Noturno

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  4. Desde o início pessoas dedicam sua vida procurando explicar como acontece a evolução no nosso planeta,a maioria acredita no criacionismo e outros tentam explicar da sua própria maneira.
    Alguns já conseguiram resultados satisfatórios,outros ainda procuram esse resultado mas de certa forma não podemos esquecer que existem espécies de seres vivos que não conhecemos e que se adaptaram em lugares que nenhum ser humano pode chegar.

    Alunos:Paulo Henrique Nº31
    Marielle Melgarejo Nº29
    3º ano B - noturno

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